Alexandre Agnolon (UFOP) - Lattes Artur Costrino (UFOP) - Lattes
A interdisciplinaridade sempre foi uma característica distintiva dos Estudos Clássicos desde tempo antigo, muito antes inclusive do discurso contemporâneo que passou a valorizar o diálogo contínuo entre as várias áreas que constituem as ciências humanas. Em razão de sua inerente interdisciplinaridade, tanto a área foi, na Idade Média, o solo fértil sobre o qual nascera a Universidade, como também, em sua prática, avessa à hiperespecialização de que padece a Universidade atualmente, muito em função das exigências produtivistas que ditam o ritmo da produção acadêmica já há algum tempo. Se é verdade que, nos Estudos Clássicos, podemos dizer que seus limites – e limiares – são muito porosos, mesmo até rarefeitos, não é menos verdadeiro que podem amiúde ser considerados inexistentes, já que a área se constitui exatamente pelo diálogo estreito entre as diversas disciplinas que a compõem. Seu território é, pois, vasto, congregando estudos que vão desde as Letras Clássicas e a Filologia até a História Antiga, a Arqueologia e a Filosofia, passando pela Tradução e pela Recepção, área esta atualmente muito em voga nos Estudos Clássicos. Sendo assim, o presente GT aceitará trabalhos provenientes dos diversos domínios das ciências humanas que tenham como denominador comum a Antiguidade Clássica e seu caráter multidisciplinar.
GT 2 - Produção textual na universidade
Anderson de Moura Freitas (UFOP) - Lattes Clézio Roberto Gonçalves (UFOP) - Lattes Erick Soares Drumond (POSLETRAS/UFOP) - Lattes Infelizmente, o Grupo Temático 2 foi cancelado pelos coordenadores.
GT 3 - Libras, TILS, educação de surdos e práticas educacionais inclusivas
Andreia Chagas Rocha Toffolo (UFOP) - Lattes Eli Ribeiro dos Santos (UFOP) - Lattes A educação inclusiva trouxe um novo viés para o sistema de ensino brasileiro, de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008[1]). Tal movimento refere-se à uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito à diversidade no âmbito educacional. Dessa forma, espera-se que estudantes com necessidades educacionais específicas aprendam, participem e interajam com os demais colegas em um mesmo ambiente escolar. Nesse sentido, é necessário que todos tenham acesso aos conhecimentos educacionais com equidade. Em se tratando de alunos surdos, a inclusão demanda o uso de uma língua visual-espacial, a Libras, cuja modalidade se difere ao da língua majoritária do país, o Português, de modalidade oral-auditiva. Diante desse contexto, este Grupo Temático visa promover debates por meio de propostas centradas em práticas pedagógicas voltadas à educação de surdos, processo de ensino e aprendizado da Língua de Sinais e práticas inclusivas que contemplem as singularidades educacionais de estudantes com necessidades educacionais específicas, além da importância do Tradutor e Intérprete de Libras e sua prática em ambientes educativos.
[1] Brasil. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF, 2008.
GT 4 - Produção de materiais e recursos didáticos para o ensino de línguas estrangeiras
Segundo Paiva (2014), dentre todas as tecnologias utilizadas para o ensino de línguas, o livro é o mais comumente encontrado na sala de aula desde tempos remotos. No entanto até eles sofrem resistências no momento de serem inseridos nas escolas. Por isso, e também devido às inovações tecnológicas que abriram inúmeras possibilidades, vários materiais novos têm surgido relacionado ao ensino de línguas estrangeiras. Assim, o objetivo deste GT é possibilitar a alunos, pesquisadores e professores uma oportunidade para compartilhar trabalhos relacionados à produção de materiais e recursos didáticos voltados ao ensino de línguas estrangeiras. Estes materiais podem estar relacionados a estágios desenvolvidos, trabalhos de iniciação científica, produções isoladas, assim como resultados de pesquisas desenvolvidas em mestrados e doutorados. Também serão aceitos trabalhos desenvolvidos por professores em sala de aula, desde que apresentem um embasamento teórico-metodológico.
GT 5 - Corpos descolonizados: gênero, raça e sexualidades no ensino de língua portuguesa
Carlos Henrique de Brito Furquim (UFOP) - Lattes Érica Alessandra Fernandes Aniceto (IFMG) - Lattes Pollyanna Júnia Fernandes Maia Reis (IFMG) - Lattes
Tendo em vista a necessidade de pensarmos um Ensino de Língua Materna que reflita sobre as identidades sociais dos sujeitos que estão envolvidos no processo socioeducativo, este grupo temático tem como proposta reunir trabalhos que foquem no Ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), a partir de um currículo transversal que abarque questões raciais, de gênero e sexualidades em sala de aula. São de interesse deste grupo trabalhos que pontuem, prioritariamente, as vivências de professores em sala de aula a respeito das temáticas supracitadas e, também, propostas de intervenção e pesquisas feitas pelos próprios autores sobre o tema.
GT 6 - Teoria(s) do romance
Emílio Maciel (UFOP) - Lattes Leilane Mota (POSLETRAS/UFOP) - Lattes
A partir de enfoques múltiplos e nem sempre convergentes, de Bakhtin a Jacques Rancière, de Girard a Michael McKeon, procuramos debater o modo como, por seu escopo e flexibilidade, o romance torna-se um locus privilegiado para a sondagem dos impasses daquilo que Lukács chamou, num texto célebre, de “totalidade extensiva da vida”. De um lado, ao colocar em primeiro plano as dores e agruras da individualização, com seu foco sobre toda a trama de resistências que se contrapõem às ações e desejos dos sujeitos, o romance funciona como sismógrafo e modelo reduzido da crise axiológica popularmente conhecida como Modernidade, cifra para uma drástica reconsideração de todas as coordenadas espaçotemporais até então em vigor. De outro lado, na falta de um código normativo a priori em que possa se escorar, é como se, ao mesmo tempo e em não menor medida, o dispositivo em questão se visse forçado a realizar, em moto contínuo, um incessante encalacramento reflexivo sobre si mesmo, que não só o leva muitas vezes a roçar perigosamente o limiar da autodestruição como, de Cervantes em diante, responde também por uma certa impressão de “canteiro de obras” de praxe associada ao gênero. Mapear os limites e possibilidades dessas e de outras questões, bem como as ressonâncias que elas adquirem em autores tão distintos como Balzac e Joyce, Dostoiévski e Guimarães Rosa, entre outros, é o que nos propomos a fazer no presente GT.
GT 7 - Responsabilidades sociais da formação de professores e do ensino de línguas no contexto brasileiro Evandro Souza (POSLETRAS/UFOP) - Lattes Leina Jucá (UFOP) - Lattes Sérgio Elias (UFOP) - Lattes
O presente Grupo Temático prevê a apresentação de trabalhos voltados para o estudo das relações entre formação de professores de línguas, ensino de línguas e sociedade, uma vez que não há como negar as variadas formas como língua/linguagem impactam as vidas das pessoas e as formas como essas compreendem o mundo e se posicionam nele (JUCÁ, 2016; 2017; 2019). Considerando educação e política como dimensões cruciais para a (des)construção e (trans)formação de uma sociedade, intencionamos reunir trabalhos que problematizem e reflitam sobre a formação docente e o ensino de línguas a fim de compreender e explicitar suas relações com formas de (des)construção e (trans)formação da sociedade brasileira. Nesse sentido, pensamos a formação docente e o ensino de línguas como meios capazes de proposições e ações que tornem visíveis as desigualdades sociais, a manutenção dos privilégios de alguns em detrimento ao bem-estar de outros, e combatam a fome, a pobreza e o preconceito em suas mais variadas formas. Nesse contexto, o desenvolvimento da percepção crítica, do senso de cidadania (BRASIL, 2006) e de uma cidadania participativa (MATTOS, 2011) de educadores e educandos passam a ser fundamentais no que se refere a uma educação linguística para o combate às desigualdades e para a transformação social. Portanto, neste Grupo Temático, trabalhos que relacionem educação, política e sociedade serão considerados a partir das mais variadas áreas dos Estudos da Linguagem e das Ciências Humanas, visando refletir e relacionar a formação docente e o ensino de línguas sob as mais diversas perspectivas.
GT 8 - Pesquisas em tradução e multilinguismo
Giacomo Figueredo (UFOP) - Lattes José Luiz Vila Real Gonçalves (UFOP) - Lattes
Este Grupo Temático, desenvolvido no âmbito do Laboratório Experimental de Estudos da Linguagem – LEXEL, abriga trabalhos que divulguem resultados de pesquisas nos campos dos Estudos da Tradução e Multilíngue. Em especial, dá destaque para trabalhos de natureza empírica, considerando os aspectos processuais e do produto da tradução, bem como da produção multilíngue. Devido ao seu caráter multidisciplinar, os Estudos da Tradução têm como desafio desenvolver modelos analítico que consigam investigar o fenômeno tradutório a partir de categorias tão diversas quanto, por um lado, o processamento cognitivo do tradutor e por outro a complexidade das próprias línguas envolvidas. Neste sentido, o esforço da pesquisa recai, portanto, sobre a busca pela descrição do processamento cognitivo e dos sistemas linguísticos de forma que expliquem como acontece a tradução – incluindo a produção multilíngue. Tendo o contato linguístico como base, em especial aquele que se dá por meio da tradução, este grupo temático visa ainda descrever a natureza da interface entre o estudo da tradução e áreas correlatas que iluminam o fenômeno tradutório, relativos aos estudos de expertise e tipologia funcional. Espera-se, assim, que os trabalhos que tomarão parte do grupo temático considerem um ou mais destes aspectos da tradução e discutam seus resultados de forma a ampliar o conhecimento produzido pelas pesquisas sobre este objeto.
GT 9 - Literatura infantil e juvenil: mercado, ensino e políticas públicas
Sem desconsiderar outras variáveis que impactam a formação integral do sujeito, como as interações familiares, a condição de classe etc., também a experiência literária pode ampliar o discernimento sobre a existência e sobre as contingências da vida em sociedade. Na escola, especialmente na educação infantil e anos iniciais, a arte literária pode figurar como um enquadre de leitura do mundo, mobilizando a percepção estética, perspectivando a realidade e atribuindo sentido à experiência, incluindo-se aí o processo de aquisição da escrita. Por razões muito variadas, no entanto, sabemos que nem sempre a escola cumpre a responsabilidade de ampliar o repertório simbólico e a sensibilidade estética dos alunos. Diante disso, neste grupo temático, pretendemos discutir os desafios e as possibilidades do trabalho com a literatura infantil e juvenil na escola, abrangendo também trabalhos (a) que tratem dos processos de criação e circulação das obras, dos imperativos do mercado, do alcance da publicidade editorial e demais contornos da cadeia do livro; (b) que abordem a escolarização da literatura, as estratégias de mediação de leitura, a formação do leitor e a atuação do professor de literatura; e (c) que se ocupem do estudo dos documentos oficiais norteadores do ensino e das políticas públicas voltadas para a promoção da leitura e para a formação do leitor literário. Além disso, serão bem-vindos trabalhos que procurem discutir a temática em articulação com as mais diversas áreas do conhecimento, como a crítica, história e teoria literárias, metodologias linguísticas e discursivas dentre outras.
GT 10 - Discursos de ódio, questões de gênero e relações étnico-raciais
Independentemente da filiação teórica em Estudos da Linguagem e em Ciências Humanas, este grupo temático pretende congregar professores, pós-graduandos e alunos com a finalidade comum de compreender/denunciar os chamados “discursos de ódio”, assim como visualizar a sua circulação social (e efeitos) no cenário político atual. Com esse objetivo, pretendemos ainda tomar consciência das suas inúmeras possibilidades de materialização em diferentes sistemas semióticos, tais como a palavra, o corpo e a imagem, incluindo quaisquer outros tipos de recurso de caráter audiovisual. Tem sido uma constatação comum de diversos estudiosos e movimentos sociais que certos discursos, ditos “de ódio”, encontram-se em franca ebulição nas esferas públicas contemporâneas com uma intensidade (talvez) jamais antes sentida, principalmente com o surgimento e difusão das redes sociais: ódio a quem calhou de usar roupas vermelhas (mesmo que impensadamente), ódio generalizado e mal disfarçado a negros/cotistas/pobres, ódio a artistas de estéticas contemporâneas, ódio e insultos aos indígenas, aos defensores do meio ambiente, aos guardiões dos direitos humanos, sem esquecermo-nos das agressões violentas a homossexuais e às mulheres (somos um dos países em que mais se mata pessoas por serem da comunidade LGBTIQ+, um dos países em que mais se agride, se assassina e se exclui, sistematicamente, pela cor da pele e por ser mulher). Diante desse cenário de ânimos exaltados (e insanos), nossa intenção maior é justamente contribuir para a identificação desses discursos e, principalmente, de suas consequências socioculturais em diversos planos, tarefa necessária para uma educação e estudo da linguagem de caráter libertador.
GT 11 - Experiência e visibilidade: revidar o olhar na produção de imagens na narrativa brasileira Mônica Gama (UFOP) - Lattes Dayane de Oliveira Gonçalves (POSLETRAS/UFOP) - Lattes
Pobres de experiências, cegos de tanto ver e comprometidos com a parcialização da expressão experiencial. Este GT pretende reunir pesquisas que discutam a configuração da experiência social na narrativa brasileira moderna, mais especificamente, que considerem a construção imagética em tais narrativas. Procuraremos pensar coletivamente estratégias narrativas envolvidas em processos de formalização da matéria histórica, observando, por exemplo, implicações da relação entre ficção e realidade, ficção e história, memória coletiva e individual. A questão guia para essas relações é a visibilidade: o testemunho, a memória, a experiência em sentido mais amplo, surgem na literatura a partir de mundo de imagens criado verbalmente; o olho, enquanto produto histórico reproduzido pela educação (Bourdieu, A distinção), indica como vemos, como lemos o mundo, e a literatura, ao construir uma visibilidade por meio da narrativa, dá mostras de certos processos imaginativos e da forma como incorporamos certas estruturas sociais. Consideremos que: “O que vemos só vale – só vive – em nossos olhos pelo que nos olha” (Didi-Huberman, O que vemos, o que nos olha), expressão poética provavelmente tomada de Benjamin, “Quem é visto, ou acredita estar sendo visto, revida o olhar. Perceber a aura de uma coisa significa investi-la do poder de revidar o olhar.” (Benjamin, Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo).
GT 12 - Narrativas (im)pertinentes: (des)memória, (pós)verdade e (fake)news
Paulo Henrique A. Mendes (UFOP) - Lattes William Menezes (UFOP) - Lattes
As narrativas são constitutivas do modo de estruturação e organização de nossa experiência vivida, bem como de construção da nossa realidade sociocultural, política etc (MOTTA, 20013). Nossas crenças, saberes e valores se estruturam narrativamente sob forma de imaginários sociodiscursivos que se traduzem como universos de significação e dereferência para a sociedade. Embora o fenômeno da criação de narrativas manipuladoras não seja necessariamente novo, a exemplo daquelas construídas pelas grandes corporações midiáticas, a sua exacerbação tem relação direta com o uso ostensivo das plataformas de redes sociais. O emprego estratégico dessas ferramentas da tecnologia discursiva (PAVEAU, 2013) tem levado ao paroxismo a produção de narrativas que atentam deliberadamente contra qualquer parâmetro de respeito a uma ética discursiva cidadã, pautada na credibilidade da informação e na veracidade dos sujeitos. Num contexto em que os processos de cognição social assumem um caráter cada vez mais distribuído (HUTCHINS, 1995) através de recursos da mídia tradicional e digital, ganham saliência a emergência de noções como a de pós-verdade e a de fakenews, termos que, em linhas gerais, se referem à ausência de compromisso dessas narrativas com os fatos, com a memória e os valores democráticos. Nossa proposta objetiva refletir sobre as condições de produção, de circulação e de interpretação dessas narrativas, sobre as suas estratégias discursivas mais recorrentes, e ainda, sobre alternativas de resistência, através de contra-narrativas ou contra-discursos. Nessa perspectiva, o presente GT assume um caráter transdisciplinar, de modo que são bem-vindos trabalhos de diferentes áreas de conhecimento, nos diversos aspectos de sua complexidade.
GT 13 - Linguística histórica: o resgate da memória de uma língua
Grupo Temático em homenagem à Profa. Dra. Maria Antonieta Amarante de Mendonça Cohen (Tilah)
Soélis T. do Prado Mendes (UFOP) - Lattes Alexia Teles Duchowny (UFMG) - Lattes Maria Antonieta Amarante de Mendonça Cohen (Tilah) (UFMG) - Lattes
O objetivo deste Grupo de Trabalho é reunir pesquisadores cujos trabalhos contemplem tanto (i) a análise de língua no seu viés diacrônico, considerando, o que muda ou não muda no seu devir histórico, o que, segundo Mattos e Silva (2008), pode seguir duas orientações: a linguística histórica sócio-histórica e a linguística diacrônica associal; quanto (ii) a linguística histórica stricto sensu, que depende da Filologia, “uma vez que tem como base de análise inscrições, manuscritos e textos impressos no passado, que, recuperados pelo trabalho filológico, tornam-se os corpora indispensáveis às análises das mudanças linguísticas de longa duração.” (MATTOS E SILVA, 2008, p. 10). Para ambas as áreas de conhecimento, serão aceitas pesquisas de diferentes teorias linguísticas, que estejam em desenvolvimento ou já desenvolvidas e que apresentem um estudo diacrônico de qualquer língua românica.